Arquitetura e Urbanismo renascentistas: 4 principais características
Você já parou para pensar o que aconteceu com todo aquele cenário medieval que vemos nos filmes quando a Idade Média chegou ao fim? Sim, entre os séculos XV e XVI o mundo estava passando por grandes transformações culturais, econômicas e, em especial, intelectuais. Assim, a arquitetura e o urbanismo sofreram mudanças importantes para que pudessem acompanhá-las. Gostaria de entender de que forma a arquitetura e o urbanismo passaram a refletir e atender essas transformações? Então fique conosco até o final deste artigo para conhecer 4 principais características da arquitetura e urbanismo renascentistas!
Entre os séculos XV e XVI, o continente europeu passa por transformações culturais e econômicas influenciadas por fatores como: o fim do Império Romano do Oriente, a Revolução Científica e o deslocamento das principais rotas comerciais do mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico, por exemplo. As novas mudanças trouxeram também transformações no que diz respeito a aspectos intelectuais, os que permitiu ao povo pensar o mundo de um modo diferente. A fé, elemento fundamental na Idade Média, e o conhecimento já não estavam mais tão vinculados. Dessa forma, o homem passou a ser visto como uma criatura que também era capaz de criar e, logo mais, como centro do universo. Assim, tinham início o movimento do Humanismo e o Renascimento.
Tais transformações repercutiram na arquitetura e no urbanismo. Houve um rompimento com a estética medieval, bem como com algumas de suas principais características. Assim, diversas cidades passaram a sofrer intervenções relacionadas à arquitetura e ao espaço urbano. As intervenções, entretanto, não se davam de forma aleatória pois, em consequência das mudanças intelectuais, ocorre nesse período a valorização da educação. A partir daí, temas como a matemática, os cálculos, o desenho e a proporção passam a ser considerados de grande importância na hora de reinventar os espaços urbanos.
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1 – Traçado urbano
Se na Idade Média o traçado urbano era formado por ruas estreitas e tortuosas, no Renascimento havia um novo modelo a ser seguido: uma malha de ruas retilíneas, as quais já não se formavam de forma arbitrária.
A rua passa a ser um percurso visual e decorativo, pois são parte de um conjunto maior. Era comum que a rua apresentasse perspectiva com destaque para algum marco ou monumento.
As aberturas dos edifícios, o limite entre o espaço público e o privado também passaram a ser pensados com mais cuidado, de forma que houvesse um espaço de transição.
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2- Muralhas
As muralhas eram elementos comuns nas cidades medievais que auxiliavam na defesa e proteção dos habitantes. Contudo, com a chegada do Renascimento e a evolução das técnicas militares as muralhas também sofreram modificações e passaram a apresentar uma nova configuração.
As muralhas passaram a ser, na verdade, um conjunto de barreiras, contando com novos elementos como os baluartes, e que ao todo poderiam chegar a cerca de 10 metros de espessura.
O formato de muralha desenvolvido nesse período também chama a atenção e se difere da muralha medieval, como pode ser visto na figura abaixo.
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3- Praças
As praças tornaram-se um dos principais locais de intervenção nas cidades, passando a ser espaços que carregavam novos significados.
Assim, era desejável que fossem espaços geométricos onde fosse posicionado um elemento central. Também era comum que fossem espaços limitados por um conjunto de edificações de fachadas uniformes.
Dessa forma, cria-se e compõe-se um enquadramento geométrico e uma padronização visual juntamente com outros elementos da paisagem urbana ao redor.
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4- Características gerais
Algumas características gerais podiam ser facilmente observadas tanto na arquitetura quanto no urbanismo durante o período do Renascimento. Dentre elas podemos citar:
- A regularização de lotes urbanos em quadrículas, quando possível.
- Fachadas que apresentam ritmo, equilíbrio, proporção. Além disso, tinham autonomia como elemento decorativo do espaço urbano.
- Elementos como palácios tornaram-se mais comuns e representavam agora a expressão do poder econômico da burguesia.
- Utilização de monumentos, os quais eram peças individuais de arquitetura e escultura. Dessa forma, criava-se um ponto de destaque no espaço urbano.
- Ideia de domesticação da natureza e criação dos espaços verdes. Assim, a partir do século XVI, pode-se observar a criação de jardins ordenados geometricamente, recintos ajardinados, parques de caça, entre outros.
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Considerações finais
Essas são algumas das principais características da arquitetura e urbanismo renascentistas. Vale lembrar que o Renascimento contou com a contribuição de grandes arquitetos e artistas tais como Fillipo Brunelleschi, Andrea Palladio, Leon Baptiste Alberti, entre outros. Assim, há diversas obras aonde pode-se analisar e observar os traços desse período, o qual contribuiu grandemente para o desenvolvimento de aspectos como o desenho e os cálculos no campo da construção civil. Sugere-se, para que se possa compreender melhor os traços e características da arquitetura e urbanismo renascentistas, que você dê uma olhada no nosso post sobre arquitetura e urbanismo medievais. Você pode acessá-lo clicando aqui.